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sábado, 13 de dezembro de 2008

Moringa ( Globo Rural )

LABORATÓRIO AO AR LIVRE 



Um dia em uma casa de Uberlândia, Minas Gerais, começa com uma sinfonia de bichos. Aves e micos são vizinhos famintos que aparecem para mais um banquete. Um imenso pomar no coração do Brasil é a chácara de um dos maiores especialistas em alimentos do país: doutor Warwick Estevam Kerr. 
Assim como os animais, ele e a mulher acordam cedinho para buscar no quintal as frutas do café da manhã. Variedade e fartura para ter saúde de ferro. Aos 84 anos, o pesquisador se orgulha: só vai ao médico para exames de rotina.
Sessenta e nove espécies de plantas e frutas vingaram no solo fértil deste enorme laboratório ao ar livre. A experiência mais recente do nosso supercientista promete ser o fim de muitas espetadas. Vem aí o pequi sem espinho.
"É o único pé no mundo", afirma o agrônomo, que encontrou a árvore rara numa expedição ao sul do Pará. Levou só um galho para Minas Gerais, e dele retira cascas que são coladas nos pés da outra fruta, que tem espinho. Vinte e três mudas já pegaram. É o início da primeira safra.
"Eu espero que dentro de oito a dez anos a gente tenha de 5 a 10 mil pés desse pequi. É um avanço grande, porque somos o povo que mais come pequi no mundo. Mesmo quem gosta do sabor não gosta de ser espetado. O pequi vai se transformar numa fruta de mercado", ressalta doutor Kerr.


Moringa: fonte de vitamina A 

Talvez tão popular quanto à moringa, a árvore que é o xodó do cientista. Uma preciosidade riquíssima em vitamina A. "Surgiu na África, foi para a Europa e, em seguida, para os Estados Unidos e para a Ásia. Dos Estados Unidos passou para o Brasil", conta doutor Kerr.
Presente de um amigo americano. "Veio dentro de uma carta. Tinha oito manchas de óleo, mas eram oito sementes. Eu plantei, e as oito nasceram", lembra o pesquisador. Depois viraram dezenas, centenas, milhares de pés. Replantando a espécie, o pesquisador fez das folhas vitaminadas remédio para crianças.
"A gente conseguiu passar a moringa para o Norte e o Nordeste do Brasil, com cerca de um milhão de sementes plantadas mano a mano por um grupinho. Fizemos um teste numa escola da Amazônia onde nenhum aluno conseguia enxergar o quadro negro. E deu certo, de um dia para o outro, porque a moringa tem betacaroteno, que são duas moléculas de vitamina A. Não tem gosto bom, mas não tem gosto ruim. E o beneficio é muito grande", ressalta doutor Kerr. Segundo o pesquisador, o ideal é que uma pessoa coma o equivalente a um punhado de folhas duas vezes por semana.
Cem mil mudas de moringa são doadas todo ano pelo cientista. Os primeiros pés foram plantados nas creches, escolas, quintais das casas, mas principalmente nas ruas de um bairro de Uberlândia. Numa esquina, por exemplo, tem uma. Em menos de um ano a árvore fica com cerca de três metros de altura e cheia de folhas à disposição de qualquer um. Segundo o professor Kerr, um pé é suficiente para até dez famílias, ou seja, basta uma muda em cada quarteirão.
Pelo menos duas vezes por mês, a dona de casa Maria Aparecida Moraes Pires vai até o canteiro mais próximo e enche as mãos. "As espécies que encontramos aqui foram os próprios moradores que plantaram nos canteiros. Estamos pleiteando distribuir essa idéia para mais moradores. Tem gente que passa aqui e não sabe o que essa árvore significa", diz ela.





A merendeira Eleusa Maria dos Santos preferiu plantar a árvore no quintal de casa. "Nós tínhamos problemas de pele, sistema imunológico descontrolado, queda de cabelos. Hoje eu percebi pela minha própria família que isso acabou e que a gente não tem mais problemas com farmácia. A moringa se tornou nosso grande remédio", conta ela.
A moringa produz folhas o ano todo. Solidários, os vizinhos doam o excesso de produção para a Pastoral da Criança. No suco, no bolo ou no arroz, moringa cai bem em muitas receitas. "Com a moringa, a gente consegue fazer omelete, enriquecer bolos, geléia de beterraba, sopas e mingaus. Existe uma variedade de receitas. Dá um gostinho um pouco amostardado, mas fica muito bom", elogia a professora Divina de Moraes Dias.
Tão bom que as crianças de uma creche agora limpam o prato. Tanto apetite mexeu com os ponteiros da balança. "Deu 12,1 kg, está dentro do peso normal para a idade dela", avaliou uma voluntária da Pastoral. "No mês anterior ela estava com 11,99 kg, e mesmo doente conseguiu ganhar esses gramas".
Aos 6 anos, Andressa, antes desnutrida, fez uma última avaliação. Está com quase 20 quilos. Não precisa mais de acompanhamento. Vitória que a mãe atribui aos incríveis poderes da moringa.
"Ela é forte, tem muita vitamina. Para dar resultado, temos que utilizá-la sempre. Ela era bem miudinha, cabia na palma da minha mão", lembra a dona de casa Carlequiane Dias.

Para nosso superpesquisador, não há satisfação maior do que salvar a vida desses brasileirinhos. "Fico satisfeito, é minha obrigação. Várias coisas tenho feito por me sentir obrigado a devolver ao povo brasileiro a educação gratuita que tive na Universidade de São Paulo. Esse povo é bom demais. Tem gente que não quer fazer nada por ele. Eu quero", conclui doutor Kerr.

7 comentários:

Somel Serip disse...

Moringa - A última resposta para água poluída
Referências
A árvore da Moringa (Murunga), que cresce selvagemente no Sri Lanka, pode ser a resposta mais recente para a purificação de água, em uma hora, para água potável, de acordo com a última pesquisa feita por cientistas ingleses e com o Dr. Geoff Folkard em conjunto com a Universidade de Leicester.


De acordo com essa última teoria, as sementes da planta da Moringa podem ser usadas para a purificação de água, já abrindo possibilidades que garantem que todo o fornecimento de água de países em desenvolvimento, como o Sri Lanka, pudesse ser feito com segurança para fins de consumo e cozimento.
Hoje 1.3 bilhões de pessoas em países em desenvolvimento são forçadas a consumir água contaminada para consumo e cozimento, e se acredita que mais de seis milhões de crianças morrem todo ano de infecções causadas por água impotável. Estima-se então, que a semente da Moringa irá, num futuro muito próximo, ser o remédio que reduzirá os incidentes de doenças contraídas através de água poluída, que está sendo listado como uma das principais causas ou talvez a maior de mortes nos países em desenvolvimento.

Moringa oleifera é uma árvore também nativa do Norte da índia. Uma última pesquisa, financiada pela "British Overseas Development Agency" e a União Européia, estabeleceu que as sementes esmagadas da Moringa são capazes de atrair e de se afixar rapidamente nas bactérias e em outros vírus, permitindo que elas deslizem sobre a água e sendo assim capturadas por filtros.

Em países em desenvolvimento, as autoridades usam produtos químicos como o Sulfato de Alumínio para solidificar as partículas impuras, que são então removidas nas Estações de Tratamento. Em vista à excassez de tais químicos, a última descoberta da árvore da Moringa, que também é conhecida como "bastão de bateria", é um caminho de grande inovação, num custo de somente uma fração do tratamento químico convencional disponível hoje.

Estudos empíricos em Malawi tem estabelecido que o custo de importar químicos da África do Sul para o tratamento de água a £ 400,000 por ano, e em comparação com valores tão exorbitantes, o uso de sementes de Moringa esmagadas é dito como tendo um custo extremamente baixo e igualmente eficaz como os químicos normalmente adotados. Durante o tratamento da água foi descoberto que as sementes do produto amassadas produzem uma carga positiva como ímã # atraindo elementos negativos da bactéria e outras partículas tóxicas na água.

O Dr. Folkard também apontou outros benefícios da árvore da Moringa para os seres humanos. Por exemplo, suas vagens, folhas e sementes são altamente nutritivas e contém grande quantidade de Proteínas, Vitaminas A e C, Cálcio e Ferro. E também um fato estabelecido pelos cientistas que as sementes da Moringa podem ser processadas para extrair óleo vegetal, podendo ser usado para cozimento, fabricação de sabão, cosmésticos e como combustível para lamparinas. Se fosse para mencionar a importância do óleo vegetal extraído da Moringa, bastava-se citar que o óleo vegetal importado é três vezes mais caro do que um óleo vegetal vendido nos supermercados na Grã-Bretanha.

Outros benefícios da planta são também suas folhas que podem ser usadas como fertilizantes; sementes em forma de pó são usadas para a produção de pomadas cicatrizantes para o tratamento de infecções na pele e também como fonte de combustível e pasta para a fabricação de papel. Sabendo ou não sabendo, ou então somente seguindo os ensinamentos caseiros, donas-de-casa no Sri Lanka usam as folhas da Moringa no cozimento, como agente absorvente de elementos tóxicos na comida, especialmente quando a escama do peixe é cozida.

Os pesquisadores dedicados a esse projeto estão fazendo campanha com vigor para convencer os governantes e as agências internacionais que estimulem o plantio da árvore da Moringa extensivamente. Nesse respeito, o solo fértil do Sri Lanka e presença da árvore da Moringa em abundância, irá certamente seguir um longo caminho purificando águas e isso também pode ser a última resposta para o Canal de Colombo, particularmente o Lago Beire e o Canal Dehiwala, o qual foi exposto recentemente na impresa como " canais poluídos que estão apodrecendo e fedendo no mais alto dos céus!"


Obs.: Esse artigo é baseado na pesquisa feita por Clarence H. Fernando, Watford, UK.

Somel Serip disse...

Em Tempo !
O comentário : Moringa - A última resposta para água poluída foi encontrado em : Fundação Educacional Deusmar Queirós .
Peço desculpas . Coloco ,agora , novos artigos correlacionados à Moringa Oleífera .

Relatório do Projeto de Pesquisa

O cadastro deste projeto está concluído
Reutilização de águas residuárias da indústria de laticínios utilizando semente de Moringa oleífera como coagulante ou absorvente seguido por processo de separação com membranas
Número do processo no CNPq :
556518/2006-3
Data de Realização
Início: 04/2007 Término: 04/2008
Recursos Recebidos:
R$ 31.422,72
Localização da área objeto da pesquisa:
Bioma -rio pirapó - PR
Participantes, executores e outras entidades envolvidas:
Angélica Marquetotti Salcedo Vieira
Coordenador do projeto:
Professora Dra Rosângela Bergamasco - rosangela@deq.uem.br - (44-91267434)
Atividade principal do coordenador:
Professor
Instituição:
Universidade Estadual de Maringá
Área do conhecimento (Código CNPq):
3.07.02.00-3
Profissionais Envolvidos:
Universiade Estadual de Maringá - Departamento de engenharia Química
Efetiva formação de pessoal:
No projeto em questão foi formado uma aluna de pós-doutorado e um aluno de iniciação científica
Objetivos:
O objetivo geral deste trabalho de pós-doutorado foi estudar a reutilização das águas residuárias da indústria de laticínios, utilizando a semente de Moringa oleífera em dois processos distintos, como coagulante ou adsorvente, ambos seguidos por processo de separação com membranas. Os seguintes objetivos específicos compuseram o projeto: 􀀹 Utilização do composto ativo, obtido a partir da semente de Moringa oleífera, como coagulante natural da água residuária: - determinar as melhores condições de coagulação/floculação, em termos de concentração do composto ativo em relação ao tipo de água residuária em estudo; 􀀹 Utilização da semente de Moringa oleífera como adsorvente de compostos presentes na água residuária da indústria de laticínios: - determinar o tempo de contato mínimo para que o equilíbrio seja atingido no processo de adsorção; - determinar a capacidade máxima de adsorção da semente de moringa em relação a um determinado composto; - determinar a influência do pH no processo de adsorção; 􀀹 Avaliação de ultrafiltração, como uma etapa complementar dos processos de coagulação/floculação e adsorção. Todos os objetivos propostos no projeto forma alcançados
Resumo:
A quantidade e qualidade de água disponível e o impacto ambiental causado pelo seu mau uso é de grande importância para a manutenção da vida em escala mundial. Torna-se assim, de grande importância a utilização de processos que tornem as águas de abastecimento e residuárias aptas a atender as condições mínimas de higiene e potabilidade exigidas pelas autoridades competentes. O uso de materiais de origem natural para clarificar águas de superfície com elevada turbidez está sendo investigado, e as sementes de Moringa oleífera se mostraram como uma das mais eficazes como coagulante preliminar para o tratamento de água, entretanto há ainda, uma grande carência de estudos no que tange a sua utilização. Este projeto dispõe-se a estudar este novo coagulante/adsorvente natural, sementes de Moringa oleífera, no processo de reutilização de águas residuárias de indústria de laticínios. Para isto serão avaliados dois processos utilizando a semente de moringa, coagulação/floculação e adsorção. O processo de ultrafiltração deverá complementar o tratamento das águas residuárias, retendo todo tipo de material que não tenha sido efetivamente capturado pela semente de moringa. O processo completo (coagulação/floculação- ultrafiltração ou adsorção-ultrafiltração) poderá gerar uma água de boa qualidade, inclusive chegando a níveis de potabilidade exigidos pelo Ministério da Saúde. Espera-se que o processo proposto de tratamento seja viável em termos técnicos e econômicos, permitindo a reutilização da água dentro da própria indústria, diminuindo assim, o volume de água captada da companhia de saneamento, e com isso os custos da empresa com relação a abastecimento e tratamento de águas.
Palavras-Chave:
1: reuso de água
2: membranas
3: floculação/coagulação
4: efluente de latícinios
5: adsorção
Abstract:
The quantity and quality of water available and the environmental impact caused by its misuse is of great importance for the maintenance of life on a global scale. It is therefore of great importance is the use of processes that make the water supply and residuárias able to meet the minimum conditions of hygiene and drinking required by the competent authorities. The use of material of natural origin to clarify the surface water with high turbidity is being investigated, and the seed of Moringa oleífera were as effective as one of the most preliminary coagulant for water treatment, however there is still a great shortage of studies as it pertains to their use. This project intends to explore this new coagulant / sorbent natural seed, Moringa oleífera, in the process of re-use of wastewater from the dairy industry. For this two cases will be evaluated using the seed of moringa, coagulation / flocculation and adsorption. The process of ultrafiltration should complement the treatment of wastewater, retaining all kinds of material that has not been effectively captured by the seed of moringa. The complete process (coagulação/floculação- ultrafiltration or adsorption-ultrafiltration) can generate a good quality of water, even reaching levels of drinking required by the Ministry of Health It is expected that the proposed process of treatment is feasible from a technical and economic, allowing the reuse of water within the industry, thereby reducing the volume of water abstracted company's sanitation and thus the costs of the company with respect to supply and waste water.
Resultados e principais produtos obtidos:
O presente projeto avançou cientificamente na linha de pesquisa em tratamento de águas para o reúso, sendo possível a sua tranferência tecnologica para a indústria. Esse aplicabilidade pode ser imediata. O presente projeto capacitou recursos humanos na área de gestão em recursos hidricos.
Conclusões e recomendações do projeto:
O presente projeto obteve um tratamento simples e eficiente de tratamento de água com a finalidade principal do reuso na indústria.
Quem está utilizando o(s) produto(s):
Empresas públicas: Não
Empresas privadas: empresas da região mostrou interesse no tratamento
Orgãos gestores: Não
Outros: Não
Pesquisa publicada em
Congresso Nacional: Sim
Congresso Internacional: Não
Revista Nacional: Não
Revista Internacional: Não
Nome(s) do(s) evento(s) ou revista(s):
XXXIII ENEMP - Congresso Brasileiro de Sistemas Particulados, 2007,Workshop de uso e reuso de águas residuárias e salinas, Viçosa – MG, 2007
Outro veículo de divulgação:
Autores:
Karina C. Cardoso; Rosangela Bergamasco; Angélica M. S. Vieira; Eneida S.
Contatos institucionais realizados para a difusão dos resultados da pesquisa:
Universidade Estadual de Maringá
Website do projeto:
wwww.deq.uem.br
Nível de divulgação permitido:
Sem restrição
Arquivo:
Responsável pelas informações
Nome: Rosangela Bergamasco
E-mail: rosangela@deq.uem.br
Telefone: (44)3261-4761
Local:
Maringá - PR
Data:
16/05/2008

Camarão Vermelho disse...

Moringa oleifera - Uma árvore de uso múliplo
por Geoff Folkard e John Sutherland.

A água de rio quando coletada para uso doméstico pode estar cheia de impurezas, particularmente na estação chuvosa. A água carrega sedimentos, objetos sólidos, bactérias e outros microorganismos (alguns dos quais podem transmitir doenças). É muito importante que se remova o máximo possível deste material antes que as pessoas usem a água. Grandes centros de tratamento de água fazem isto adicionando-se coagulantes químicos na água. Isto faz com que as partículas se juntem umas às outras (coagulem) e afundem. A água limpa pode então ser retirada. As substâncias químicas corretas, no entanto, talvez não sejam facilmente encontrados ou sejam muito caras. A alternativa é usar um coagulante natural, normalmente feito de plantas. Em certas partes do mundo, isto tem sido feito há séculos em pequena escala.




A longa vagem, uma porção aberta (esquerda) e semente alada.

O Environmental Engineering Group (Grupo de Engenharia Ambiental) da Universidade de Leicester, Reino Unido, tem estudado o uso potencial de coagulantes naturais em grande escala no tratamento de água. O trabalho deles incluiu testes com as propriedades naturais de coagulação da semente triturada da árvore Moringa oleifera. Esta árvore é nativa do norte da Índia e é agora cultivada amplamente ao longo dos trópicos. É às vezes conhecida como ‘baqueta‘por causa do formato da sua vagem e ‘rábano (rabanete) picante’ descrevendo o gosto de suas raízes. A moringa cresce rapidamente da semente ou enxertos, mesmo em solos pobres. Não necessita muito cuidado e pode sobreviver longos períodos de seca. Cresce rapidamente – até 4 metros de altura, flores e frutos foram produzidos dentro de um ano de plantio, durante testes próximos de Nsanje, no sul do Malawi. Em algumas áreas do sul da Índia, duas colheitas de vagens com sementes são possíveis em um mesmo ano. Assim como o quadro ao lado indica, a árvore tem muitos usos.

Tratamento de água para uso doméstico

Vagens com sementes devem ser deixadas para amadurecer na árvore e coletadas quando secas. As ‘asas’ leves e cascas das sementes são facilmente removidas, deixando apenas a parte branca da semente. Isto deve então ser triturado muito bem e socado com o uso de um pilão. A quantidade necessária de sementes para se tratar a água de rio depende de quanta impureza a água contém. Os utilizadores ficam familiarizados rapidamente com a quantidade de sementes que se deve usar para cada tipo de água, visto que a quantidade de sedimentos muda com cada estação.

Para tratar 20 litros de água (quantidade equivalente a um balde grande) são necessárias cerca de 2 gramas de sementes trituradas (duas colheres de chá razas de 5 ml ou duas tampinhas de refrigerante cheias). Adicione uma pequena quantidade de água limpa às sementes trituradas para formar uma pasta. Coloque a pasta dentro de uma garrafa vazia – uma garrafa de refrigerante é ideal. Adicione uma xícara (200 ml) de água limpa e agite por 5 minutos. Esta ação ativa as substâncias químicas nas sementes trituradas.

Filtre a solução com um pano branco de algodão colocando-a dentro de um balde de 20 litros com a água do rio. O conteúdo deve então ser misturado rapidamente por 2 minutos e depois misturado vagarosamente por 10–15 minutos. Durante este período de se estar misturando o conteúdo lentamente, as partículas das sementes da moringa se juntarão coagulam com as bactérias e formam partículas maiores, as quais decantam no fundo do balde e lá permanecem. Após uma hora, a água limpa pode ser retirada.

Este processo removerá 90–99.9% das bactérias que se juntam com as partículas sólidas, purificando a água. No entanto, alguns microorganismos prejudiciais que ainda permanecem na água podem não ser removidos, especialmente se a água estiver muito poluída. Para se conseguir que a água seja potável, mais purificação é recomendada – seja fervendo a água ou usando-se um filtro simples de areia. As sementes secas (remova as que estão sem cor) e o pó podem ser armazenados. No entanto, a pasta deve ser preparada no dia que vai ser usada.

Tratamento de água em grande escala

Nosso trabalho experimental foi realizado em Thyolo no sul do Malawi, onde um local de tratamento de água foi construído como um sistema modelo para o tratamento de água dos vilarejos. Não é necessária eletricidade para a operação. No Malawi em 1993, produtos químicos importados da África do Sul custaram à empresa de água mais de £400.000 em valiosa moeda estrangeira. Nossos testes com o uso das sementes da moringa deram resultados na purificação de água que foram tão bons como os resultados obtidos com substâncias químicas comerciais – com uma fração do custo. 50–150 mg de sementes inteiras são necessárias para um litro de água. Testes simples em um jarro determinarão quantas sementes serão necessárias.

Muitos países em desenvolvimento poderiam economizar muito dinheiro adotando estas idéias.

Produtos vegetais e óleo

A vagem da moringa é uma colheita comercial importante em toda a Índia. No sul, muitas variedades foram desenvolvidas com diferentes comprimentos de vagem e períodos de crescimento. As vagens são vendidas nos mercados locais. Vagens verdes não maduras são cortadas em seções e enlatadas em salmoura para exportação para a Europa e Estados Unidos.

Em outros lugares do mundo as árvores da moringa são apreciadas pelos camponeses pela qualidade de suas vagens e folhas. As folhas têm um alto conteúdo de proteína de 27% e são ricas em vitamina A e C, cálcio, ferro e fósforo. Uma vantagem é que as folhas da moringa podem ser colhidas durante a estação seca quando nenhum outro vegetal é encontrado à venda.

As sementes da moringa contém 40% de óleo em seu peso. Testes laboratoriais em Leicester confirmaram que o que resta das sementes após a extração do óleo contém ainda os coagulantes ativos. Estes podem ser usados para tratar a água da mesma maneira que foi descrita acima. O que resta das sementes pode ser secado e armazenado. Pode ser obtido sem nenhum custo como sub – produto da extração de óleo.

Este é um ponto importante. As sementes da moringa podem primeiro ser usadas para a extração de óleo, sem reduzir a eficácia do tratamento da água. O óleo da moringa é de alta qualidade e potencialmente tem um alto valor no mercado. O óleo é de igual valor, tanto para cozinha assim como ingrediente principal na produção de sabão. A demanda por óleo no Malawi é muito maior do que a produção atual dentro do país. Óleo de soja é portanto importado da América do Sul.

Uma visita foi feita a um vilarejo no sul do Malawi que tinha muitas árvores de moringa, carregadas com vagens. As árvores são muito valorizadas pelos produtos que produzem mas os moradores do vilarejo não haviam colhido as vagens por não poderem pagar pelo óleo vegetal importado que é necessário para cozinhá-las pois eles não perceberam que a moringa em si própria poderia fornecer o óleo.

Conclusões

O plantio da moringa por pequenos agricultores deve ser encorajado. Isto irá melhorar a saúde e o rendimento dos mesmos. Esta árvore valiosa fornecerá produtos vegetais e matérias primas para a extração de óleo. Tecnologia simples pode ser encontrada para se iniciar negócios de pequena escala na extração de óleo em zonas rurais. Testes estão sendo realizados pela ITDG de Zimbabue.

O grande potencial desta árvore e de seus vários produtos não foi reconhecido. No sul da Nigéria, a moringa é conhecida como idagba manoye – que é traduzido como ‘crescendo sem lógica’. Pode-se esperar que no futuro o bom senso prevaleça e que o real potencial desta árvore e de seus muitos produtos seja reconhecido.

Geoff Folkard e John Sutherland são membros do Grupo de Engenharia Ambiental da Universidade de Leicester. Eles gostariam de se corresponder com leitores sobre o cultivo das muitas variedades da moringa oleifera e com aqueles que tenham experiência na extração e uso do óleo da moringa. Eles podem ser contactados no…

Department of Engineering University of Leicester Leicester, LE1 7RH, Reino Unido.

Moringa oleifera. Se os leitores tiverem dificuldade em localizar amostras locais, pacotes pequenos com uma amostra das sementes podem ser obtidos da… ECHO 17430 Durrance Road North Fort Myers FL, 33917-2200, USA. Verifique primeiramente os regulamentos de seu país quanto à importação de sementes.

Os usos da Moringa
VEGETAL



Vagens verdes, folhas, flores e sementes que podem ser torradas.
ÓLEO



As sementes contém 40% de óleo por peso.
Usado para cozinhar, produzir sabão, como base para cosméticos e em lâmpadas.
COAGULANTE DE AGUA



Tradicionalmente usado para ‘tratamento para uso doméstico’ no Sudão e Indonésia.
Usado com sucesso no tratamento de água em grande escala no Malawi.
OUTROS USOS



Todas as partes da planta podem ser usadas em uma variedade de remédios tradicionais.
A semente em pó é usada em unguento no tratamento de infecções da pele causadas por bactérias comuns.
A folhas e sementes podem ser usadas como alimento para o gado ou como fertilizante para o solo.
Podem servir como cêrcas ou para quebrar a força do vento.
A madeira é fonte de combustível. Os galhos principais podem ser podados para que outros galhos cresçam.
Agro-silvicultura; para se intercalar com outras colheitas – a moringa é boa para se adicionar nitrogênio ao solo devido às vagens e folhas que produz.

Corrente Nacionalista Brasileira de Votos Nulos - CNBVN disse...

Cópia de comentério.
Declev Dib-Ferreira , olá !
Temos , de novo , a precariedade política atuando nesta pauta ! Parece que a incompetência é proposital para criar um estado de calamidade pública e conseguir mais verbas para serem "desviadas" !
Além de não ser mais aplicada a pulverização de larvicida nos bueiros e demais acúmulos d'água nas áreas públicas , de terem esquecido do peixinho barrigudinho , tão eficiente nos maiores corpos d'água ( chafarizes , p. ex.) , agora divulgam , irresponsavelmente que os já tenham tido a dengue estão fora do perigo de contrai-la !
Numa comunidade despreparada , o que se pode esperar como decorrente desta divulgação é o maior descuido no combate aos possíveis focos de proliferação do mosquito as residências !
Declev , a aplicação de pequenas porções de sabão em pó nos locais públicos que embora estejam secos , ao chover tornam-se característicos proliferadores do mosquito poderia ajudar (baratas em contacto com detergente líquido morrem quase que instantaneamente!) . Outra opção de larvicita natural é maceração das sementes da Moringa Oleífera que por sua ação de floculação/coagulação de bactérias e elementos tóxicos elimina as larvas por stres (vide http://somelseripbomsaber.blogspot.com/).
Abraços à todos !
Somel Serip .

Solange disse...

Eu moro em uma regiao fria dos Estados Unidos que criou um eczema por causa dos ventos gelados, passei medicamentos receitados e manteigas naturais e nao vi melhoras ate que vi oleo de moringa em uma loja indiana e resolvi testar, ja esta 50% melhor passo a noite em todo rosto e pescoco minha pele esta mais jovem e limpa,agora tambem uso no couro cabeludo. e meus cabelos estao volumosos e brilhantes, vale apena ressaltar que estou na menopausa me refrescou bastante.

Somel Serip disse...

Solange, olá !
Agradeço este seu Providencial Comentário!
Sua informação do sucesso terapêutico alcançado pelo ÓLEO DA MORINGA aplicado sobre ECZEMAS (dermatoses), confirma que "a semente em pó é usada em unguento no tratamento de infecções da pele causadas por bactérias comuns".
Realmente, o ÓLEO é onde está o elemento natural que combate as bactérias !
Parabéns pelo sucesso alcançado e desejo que, em breve, tudo esteja saudável.
Lógico, que Você manterá o uso confortante do ÓLEO da Semente de Moringa após a sua total recuperação terapia dermatológica.
Abraços à todos !
Somel Serip

Somel Serip disse...

Presados Visitantes do Bom Saber, olá !

A Moringa Oleifera é uma planta considerada exódica no Brasil, portanto, sua Cultura requer extremos cuidados de segurança para que ela não invada o meio-ambiente vizinho. Se ela fugir do controle, ela vira uma praga capaz de acabar com as demais nativas.

Ela é muito resistente a tudo!

Até mesmo um simples ganho mais grosso cortado que se deixe sobre o solo, brota e dá origem a uma nova árvore.

Este alerta, faço pois plantei oito delas, há mais de 10 anos, e elas não param de produzir suas sementes em vagens de até 40 cm de comprimento, produzindo uma grande quantidade de Lixo no terreno. Se isto fosse numa rua, certamente, iria obstruir os bueiros de drenagem pluvial !
Se fosse num descampado, produziria um bosque cada vez mais expansivo!

O motivo deste meu Alerta, é que já recebi E-mails de alguns visitantes querendo suas sementes ou mudas.

Eu não sou fornecedor, porém na Internet existem, é só pesquisar.

Mas, eu reafirmo: tenha responsabilidade ambiental. em plantar num recinto completamente seguro para evitar o seu alastramento!

Abraços à todos !
Somel Serip.

Honrado Com a Sua Presença‼



Somel Serip


OBRIGADO POR SUA VISITA !
ESPERO QUE VOCÊ TENHA GOSTADO E SEMPRE VOLTE PARA COMPARTILHAR DESTE ESPAÇO E CONSIDERA-LO SEU TAMBÉM !

ABRAÇOS À TODOS !
SOMEL SERIP.